Resistir ao processo de despejo de Sirigaita, que por sua vez se deve a um processo de gentrificação, que por sua vez se deve a um processo de mercantilização da cidade, que por sua vez se deve a políticas e escolhas específicas… é um longo caminho e estamos dispostes a ir (quase) a qualquer lado para defender a nossa casa comum, a nossa ideia em construção, o nosso desejo mais voraz.
Foi por isso que nesta semana estivemos no evento “o Futuro de Abril, Cidade Viva – Democracia Intensiva” organizado pela Universidade Nova, que assim anunciava o encontro: “Um dos coletivos que merece atenção urgente trata-se da Sirigaita. Nascida em 2012, a Sirigaita encontra-se em perigo iminente de deixar de existir, em resultado de um processo de despejo, instaurado numa operação que constitui mais um exemplo da mercantilização radical do território urbano. Tal situação, que constituiria mais um rude golpe na construção de uma cidade e de uma democracia vivas, leva-nos a elegê-la como ponto de partida para o debate”.
Também fechámos o nariz – abrimos a boca e voltámos a pôr o pé na Assembleia Municipal de Lisboa, para dizer o que é urgente de dizer aos que governam esta cidade. Sem grande espanto por não sermos escolhidas como ponto de partida do debate e sem grande desalento para nem sequer estarmos entre as “senhoras e senhores convidados” (deve ter sido um lapso no preenchimento dos convites, estão perdoados senhores e senhoras deputados), aparecemos na mesma e interviemos na 1ª Sessão do Debate Temático sobre o Movimento Associativo Popular, ao minuto 2:03:19 deste vídeo.
Passo a passo abrimos caminhos através da floresta escura de uma cidade abandonada “ao inevitável”. No entanto, resistir à inevitabilidade do despejo não é apenas estar a ouvir uma sequência mais ou menos bonitinha de blá-blá-blá ou ficar à espera de possíveis respostas.
Seguimos decidides a continuar a existir e estamos a preparar uns eventos caseiros que, temos certeza, vão fazer-vos dizer “Ischhhhh! Há muito tempo que esperava por algo assim“. Para saber o que vai ser, será preciso esperar mais um bocadinho. Fiquem atentes! Ciá ciá 👋🏽 – por enquanto – acabou-se o blá-blá-blá 🤫 !
*ps. foto dos Irmãos Bellini no jantar dos turnistas de 5a-feira passada, apenas porque sim.
QUI | 16 MAI | 19h30 – 23h | Estreia de Mini documentário + DJ
// há jantar veg 3*
**19:30h »» Jantar!
**20h »» Filme + roda de conversa! O mini documentário “Esperançar: O agir democrático atemporal” trata de uma visão panorâmica, de passado, presente e futuro de fatos democráticos e anti democráticos pelo mundo. Através de imagens, música e poética, tem-se a intenção de trazer a percepção de que o reviver desses momentos é crucial para manter forte o agir e vigilância constantes de um estado democrático, intríncico, subjetivo e quiçá, empírico! Produzido por Gabriela Melo e Lucas Rangel ambos imigrantes, vindos do Brasil, que acreditam na importância de ter um desejo latente das micro-revoluções possíveis.
**21h »» DJ Paty Costa! com Brasilidades, pá dançar sem votar!
SEX | 17 MAI | 19h30 – 23h | MdM + Rosario Wurlitzer + Sandunguera!
// Contribuição 3* // há jantar veg 3*
Sandunguera
Daniela é natural de Cali, Colômbia, uma bailarina nata, apaixonada por música com alma e ritmos explosivos. Influenciada desde a sua infância pelo gosto musical do seu pai, continuou a sua viagem explorando e descobrindo diversos grupos que constituem um dos seus traços de identidade: a Salsa.
MdM
MdM é o nome artístico de Maria do Mar, tendo como grande inspiração a artista Rita Lee, que marca sempre presença nos seus sets. MdM pretende criar espaços seguros e inclusivos e quebrar barreiras de género através dos ritmos do pop, house, MPB e afrobeats numa viagem musical coletiva desde os anos 80 até ao presente.
Rosario Wurlitzer
Com os seus auscultadores como amuleto, esta colombiana “apaixoná” pela música independente vai em busca de novos sons e de os transmitir através do seu projeto de divulgação musical. Co-fundadora do coletivo La Salsa Del Pueblo, o primeiro coletivo cultural de salsa em Lisboa que procura divulgar a história da América Latina através da sua mais poderosa manifestação cultural: a Salsa.
—> QUI | 23 MAI | 19h30 – 23h| La cortavena, Concerto
—> SEX | 24 MAI | 19h30 – 23h| Tsunamiz
»» todos os dias, segue e apoia a luta da Cozinha Migrante dos Anjos, do Centro Social Cultural de Santa Engrácia! e das companheiras da Gralha (associação no Porto, recentemente alvo de um violento ataque)
»» 18 MAI »» 50 Anos do Centro de Cultura Libertária! » no CCL » 17.30h
DESPEJADOS PARA NADA | EXPOSIÇÃO COLECTIVA
Para ver na Sirigaita em todos os seus horários de abertura
com obras de: Bruno Borges, Bruno Caracol, Catarina Leal, Emma com dois emmes, José Smith Vargas, Os Ingovernáveis, Rita Comedida, Salomé, Xavier Almeida e da própria Sirigaita (esta última feita a 22 mãos na Oficina Fritta)
Escreveram sobre nós, a nossa campanha anti-despejo e sobre a visita guiada que fizemos com esta exposição:
—> Buala
—> Público
—> A Mensagem de Lisboa
Os cartões de sóci* são válidos para todo o 2024 / 3* euricos. Ajuda-nos a não ser chat*s à porta e explica às tuas amig*s que é um cartão de auto-defesa em múltiplos sentidos e que sim, vamos pedi-lo à entrada. Este ano o look é anti-despejo, dá bem com tudo!
Mais info sobre todas as portas abertas » Aqui, no nosso Site!
