Esta manhã, às 7 da manhã, a polícia veio à Rua de Arroios despejar um casal nosso conhecido, o Carlos e a Alcina, e o pai da Alcina, de 89 anos. Deram-lhes 10 minutos para saírem de casa. Não estava presente nenhuma assistente social, nem lhes foi assegurada nenhuma alternativa. É um despejo de 3 pessoas que não têm para onde ir. Como se isso não bastasse, é o despejo de uma pessoa acamada e de um doente oncológico que foram mandados para a rua.

Este era um desfecho anunciado, e, como tal, tanto a Stop Despejos como a Habita, como outros colectivos do Casa Para Viver alertaram a Câmara Municipal de Lisboa, o seu presidente, os seus vereadores, incluindo a vereadora com o pelouro da habitação, Filipa Roseta, a Ministra da Habitação Marina Gonçalves, a Santa Casa da Misericórdia, o IHRU… Toda a gente sabia deste despejo iminente e ninguém fez nada.

Neste preciso momento há gente solidária da Habita e da Stop Despejos a impedir que o Ministério da Habitação continue a assobiar para o lado.

Apelamos a toda a gente que se junte, agora, hoje, já!, às 17h, no Ministério da Habitação (Av. Barbosa du Bocage, n.º 5), para exigir uma solução digna para estas pessoas que até ontem tinham casa, e hoje não têm para onde ir.

E pelo fim imediato dos despejos no meio de uma crise habitacional que SÓ TEM PIORADO!

Na imagem: excerto de artigo da Voz do Operário, artigo completo aqui. Artigo do JN de hoje, aqui. Artigo de opinião sobre o caso, aqui. Medidas para acabar com a crise da habitação defendidas por mais de uma centena de organizações de base, aqui.

Hoje também vamos estar aqui:

E amanhã e depois, em casa e em boa companhia:

26 OUT | QUI | 19h30 – 23h | há jantar: 3* prato veg
PETER WOOD | CONCERTO | 3* contribuição músico

Peter Wood (aka Pedro Madeira), guitarrista, finger-picker e etno-musicólogo é o único intérprete vivo do folclore suburbano da sua terra natal, o Cacém, o famigerado dormitório de Lisboa. Na sua guitarra acústica despida de efeitos, interpreta o folclore de uma terra em que toda a gente está de passagem, e cujos habitantes exibiram desde sempre uma notável propensão para imitar comboios. Os críticos não lograram ainda explicar de modo satisfatório as intrigantes afinidades entre a música de Peter Wood e a tradição conhecida como “American primitive guitar” e o “blues” dos inícios do século passado.

Depois do cd-r epónimo (2015), e do EP digital “Férias em Casa” (2017), lançou o seu primeiro álbum “Peter Wood inventa o Folklore do Cacém” no início de Setembro, em parceria com a Associação Terapêutica do Ruído e a Nervosa.

27 OUT | SEX | 19h30 – 23h | há jantar: 3* prato veg
ZANCUDO BERRACO (LIVE) + DJS KAMICOICE | 3* contribuição músicos

ZANCUDO BERRACO
Uma intensa dança entre corpos, psiques e máquinas sonoras. Pulsação assídua e troar de baixos que não dão tréguas ao movimento, um live completamente improvisado, que transmuta energia física e eléctrica num colectivo cheio de pernas e cabeças a arder. Zancudo é uma canalização em tempo surreal de espectros do techno industrial, trance desconstruído com muitas vozes distorcidas, ecos de dembow macabro e outros breaks inventados na hora. Energia crua.

Dj’s KAMICOICE:
Dupla explosiva que devolve coices aos deuses do som. Encarnados por Henrique Apolinário e Mariya Nesvyetaylo, Kamicoice trazem no acervo uma mistura ecléctica de malhas de vanguarda. Numa proposta de danças esquisitas e com sentido de abnegação humorística, neste serão vão preparar os convidados durante o jantar para a viagem com Zancudo Berraco.

29 OUT | DOM | 15h30 | MARTIM MONIZ | MANIF PELA PALESTINA LIVRE

Não conseguimos estar indiferentes à dupla violência que é, por um lado, ver a tentativa de limpeza étnica que está a acontecer na Palestina (em Gaza, mais obviamente, mas na Cisjordânia também), e por outro, o apagamento do que está a acontecer pelos meios de comunicação social e pelos nossos governos. Não nos representam. Representemo-nos a nós próprixs, como o estão a fazer tantas gentes solidárias pelo planeta fora!
Queremos uma Palestina livre, livre de bombardeamentos assassinos, livre de tentativas de genocídio, livre de ocupação, livre de Apartheid, livre de colonialismo, livre de racismo.
Por isso apelamos à participação nesta manifestação, domingo às 15h30.

Não sei se tens dado conta, mas o Climáximo está imparável. Com tanta actividade, às vezes é difícil acompanhá-lxs! Felizmente, têm um site todo bonitão que podes sempre consultar para saber mais (clica na imagem):

NÃO SE DESPEJA UM DESEJO!

Sabe mais sobre a nossa campanha anti-despejo em sirigaita.org.

(ah pois é, bebé!, habemus site!)

 

A Sirigaita é um espaço auto-gerido, militante e aberto para e por pessoas associadas. Promove manifestações culturais sem olhar ao lucro, alberga e possibilita a acção de diversos colectivos e grupos. Queres-te juntar à festa? Fazer um turno no bar dxs sócixs? Estamos sempre a precisar!

Escreve-nos: sirigaitalisboa@gmail.com